Qual a temperatura ideal para garantir a segurança e qualidade dos alimentos?

Manter a temperatura adequada dos alimentos perecíveis é uma preocupação para qualquer empresa da cadeia de distribuição alimentícia — desde as indústrias, passando pelas transportadoras e distribuidoras, até chegar aos supermercados e serviços de alimentação. 

As razões para isso são variadas: normas e legislações que exigem um rígido controle de qualidade dos perecíveis; a preferência dos consumidores por produtos seguros e de alta qualidade; assim como necessidade de evitar a perda dos alimentos, que gera impactos ambientais, sociais e financeiros. 

O desperdício, inclusive, é um fator que atinge consideravelmente as empresas do setor alimentício: cerca 15% dos alimentos disponíveis são desperdiçados só na América Latina e no Caribe, segundo um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). 

O estudo também mostra que as perdas de alimentos ocorrem principalmente no processo de produção (28%), no seu manejo e armazenamento (28%) e nos mercados e serviços de distribuição (17%). Além disso, 28% ocorrem nas casas dos consumidores. 

Esses dados mostram que todas as etapas da cadeia fria de distribuição sofrem com as perdas, exigindo dessas empresas planos de prevenção de perdas e a melhoria contínua dos processos de controle e monitoramento de temperatura dos alimentos. 

Se você quer saber mais sobre o impacto da temperatura nos alimentos e quais são as faixas de temperatura indicadas para carnes, laticínios, frutas e outros produtos perecíveis, continue a leitura desse guia SyOS

O que são alimentos perecíveis e por que precisam de controle de temperatura? 

temperatura dos alimentos

Para entender o que são os alimentos perecíveis, é necessário compará-los com os alimentos não perecíveis. 

A principal diferença entre os dois tipos de alimentos é sua umidade inerente, ou seja, a quantidade de água em sua composição, segundo a Cartilha de Boas Práticas para serviços de alimentação da Anvisa, baseada na RDC 216 de 2004. 

Mas por que o nível de umidade é tão importante? 

Nos alimentos perecíveis, o nível de umidade é maior, o que os torna mais suscetíveis à degradação e à proliferação de microrganismos em função do tempo e das condições de temperatura. 

Por conta disso, é necessário armazená-los em condições especiais, em locais onde é possível fazer o seu controle de temperatura, seja estoques, veículos de transporte, serviços de alimentação/food service ou em domicílio. 

Por outro lado, os alimentos não perecíveis, que também são chamados de alimentos secos, têm menos umidade e, por conta disso, são menos suscetíveis à proliferação de microrganismos. 

Veja alguns exemplos que ajudam a entender a diferença entre perecíveis e não perecíveis: 

Exemplos de alimentos perecíveis 

  • Carnes: vermelha, suína e de frango; 
  • Pescados: peixe, camarão e crustáceos; 
  • Ovos; 
  • Leite e laticínios: inclui todos os produtos lácteos como queijos, requeijão e iogurtes; 
  • FLV: categoria que inclui frutas, legumes e vegetais; 
  • Embutidos: linguiças, presuntos, salsichas etc. 

Exemplos de alimentos não perecíveis 

  • Arroz (cru); 
  • Feijão (cru); 
  • Farinha de trigo; 
  • Milho (grão seco, não em conserva); 
  • Macarrão (massa seca, não fresca); 
  • Açúcar; 
  • Sal; 
  • Leite em pó; 
  • Café. 

Temperatura ideal: veja como a temperatura pode multiplicar microrganismos nos alimentos 

É comum ouvir que a refrigeração de alimentos evita que estraguem antecipadamente e sejam descartados. Mas, afinal, qual é a faixa de temperatura que representa riscos aos alimentos? 

A faixa de temperatura favorável à rápida proliferação de microrganismos nos alimentos perecíveis é extensa: vai de 5°C a 60°C. Em condições como essas, uma única bactéria pode se multiplicar e originar outras 130 mil bactérias em um período de apenas 6 horas. 

Essa faixa é descrita pela Cartilha de Boas Práticas para serviços de alimentação da Anvisa, e serve de parâmetro para definir as faixas de temperatura ideais para a conservação de cada tipo de alimento. Por exemplo: 

  • em geladeiras ou balcões, é indicado manter uma temperatura igual ou abaixo de 5°C para a conservação dos alimentos refrigerados; 
  • já em ilhas de self-service é indicado manter uma temperatura acima de 60°C para conservação dos alimentos quentes prontos para o consumo. 

Para conhecer a temperatura ideal para cada tipo de alimento nos serviços de alimentação, confira as faixas recomendadas: 

1) Temperatura de carnes (bovina, suína ou de frango) 

Temperatura de recebimento das carnes: 

  • refrigeração: entre 4°C e 7°C;  
  • congelamento: -12°C ou inferior. 

Temperatura de armazenagem e validade de carnes: 

  • refrigeração: menor ou igual a 4°C por até 3 dias; 
  • congelamento: 
    • -18°C ou inferior por até 90 dias;  
    • -11°C a -17°C por até 30 dias; 
    • 0°C a -5°C por até 10 dias. 

De acordo com a portaria CVS 5/2013 do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e na ausência de informações do fabricante. 

2) Temperatura de pescados 

Temperatura de recebimento dos pescados: 

  • refrigeração: entre 2°C e 3°C;  
  • congelamento: -12°C ou inferior. 

Temperatura de armazenagem e validade dos pescados: 

  • refrigeração: menor ou igual a 2°C por até 3 dias; 
  • congelamento: 
    • -18°C ou inferior por até 90 dias;  
    • -11°C a -17°C por até 30 dias; 
    • 0°C a -5°C por até 10 dias. 

De acordo com a portaria CVS 5/2013 do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e na ausência de informações do fabricante. 

3) Temperatura de demais produtos (FLV, laticínios etc.) 

Veja as indicações de temperatura conforme a portaria CVS 5/2013 e na ausência de informações do fabricante. 

Temperatura no recebimento (todos): 

  • refrigeração: entre +4°C e +10°C;  
  • congelamento: -12°C ou inferior. 

Já a temperatura de armazenagem e a validade mudam para cada tipo de produto. Veja a seguir: 

Temperatura de armazenagem de FLV (frutas, legumes e vegetais) higienizados, fracionados ou descascados:

  • refrigeração: menor ou igual a 5°C por até 3 dias; 
  • congelamento — Segue o padrão: 
    • -18°C ou inferior por até 90 dias;  
    • -11°C a -17°C por até 30 dias; 
    • 0°C a -5°C por até 10 dias. 

Temperatura de armazenagem de frios e embutidos fatiados, picados ou moídos

  • refrigeração: menor ou igual a 4°C por até 3 dias; 
  • congelamento — Segue o padrão: 
    • -18°C ou inferior por até 90 dias;  
    • -11°C a -17°C por até 30 dias; 
    • 0°C a -5°C por até 10 dias. 

Temperatura de armazenagem de leite e derivados

  • refrigeração: menor ou igual a 7°C por até 5 dias; 
  • congelamento — Segue o padrão: 
    • -18°C ou inferior por até 90 dias;  
    • -11°C a -17°C por até 30 dias; 
    • 0°C a -5°C por até 10 dias. 

4) Faixa de temperatura para descongelamento de alimentos 

alimentos congelados

Os alimentos não devem ser descongelados em temperatura ambiente, já que sob essas condições há um ambiente favorável à rápida proliferação de microrganismos. 

Veja as recomendações para descongelamento em temperatura adequada: 

  • descongelamento rápido: deve ser realizado em um forno micro-ondas; 
  • descongelamento lento: deve ser realizado em geladeira/refrigerador em temperatura igual ou inferior a 5°C. 

Outras recomendações importantes: 

  • após o descongelamento, seja rápido ou lento, o alimento não deve ser recongelado; 
  • as carnes devem ser armazenadas em recipientes fechados durante o descongelamento, pois liberam sucos que oferecem risco de contaminação a outros alimentos armazenados no refrigerador. 

Essas recomendações são encontradas na Portaria CVS 5/2013 (Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo), na Cartilha de Boas Práticas para serviços de alimentação (Anvisa) e na Cartilha “Como armazenar alimentos de forma segura” (Covisa). 

5) Faixa de temperatura para manipulação e preparação de alimentos 

Temperatura de cocção para preparação dos alimentos 

A RDC 216/2004 descreve que, durante o processo de cocção, todas as partes do alimento devem chegar a no mínimo 70°C. Esse processo ajuda a eliminar microrganismos. 

Temperatura de conservação a quente e a frio dos alimentos preparados 

Após a cocção, a conservação a quente deve ser feita em temperatura igual ou superior a 60°C por no máximo 6 horas.

Já na conservação a frio, a temperatura do alimento deve ser reduzida para pelo menos 10°C em até duas horas. Depois disso, há dois caminhos: 

  • a conservação a frio em temperatura igual ou inferior a 5°C; 
  • o congelamento em temperatura igual ou inferior a -18°C. 

Tempo até o consumo do alimento preparado conservado a frio 

O alimento preparado e conservado a frio pode ser consumo em até cinco dias desde que seja armazenado em temperatura e igual ou inferior a 4°C. 

A RDC 216 informa que o alimento preparado conservado a frio tem prazo de consumo reduzido se for armazenado em temperatura entre 4°C e 5°C. 

Mais detalhes sobre faixas de temperatura em serviços de alimentação podem ser consultados na RDC 216/2004 da Anvisa. 

Dúvidas frequentes sobre segurança e temperatura dos alimentos 

Se você quer entender mais sobre o impacto da temperatura nos alimentos, confira essa seção de dúvidas frequentes sobre o tema. 

O que são Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)? 

As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são aquelas causadas pelo consumo de alimentos contaminados com microrganismos prejudiciais à saúde ou que contenham parasitas ou substâncias tóxicas. 

O controle inadequado da temperatura dos alimentos perecíveis está associado à proliferação acelerada de microrganismos e, consequentemente, ao risco de contaminação dos consumidores via alimentação. 

O que é contaminação cruzada? 

A contaminação cruzada é a contaminação de alimentos prontos por utensílios que tiveram contato anterior com alimentos crus (como espátulas, colheres, tábuas de corte etc). 

Para o alimento ser considerado um alimento pronto ele precisa ser devidamente lavado (como legumes e vegetais que serão consumidos crus) ou cozidos em temperatura que elimina microrganismos. 

Exemplo: a contaminação cruzada ocorre quando uma faca que foi usada para cortar uma carne cru é usada em seguida, sem ser lavada, para cortar uma carne já assada. 

Quais normas e documentos abordam a temperatura dos alimentos? 

anvisa

Veja algumas normas e documento importantes para empresas que fazem o controle de temperatura de alimentos: 

  • RDC 216 da Anvisa: descreve as Boas Práticas para serviços de alimentação (food service) e controle de temperatura de alimentos; 
  • Cartilha de Boas Práticas para serviços de alimentação da Anvisa: documento baseado na RDC 216; 
  • Cartilha “Como armazenar alimentos de forma segura”: documento elaborado pela da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da prefeitura de São Paulo-SP; 
  • Portaria SVS/MS 326/1997: documento do Ministério da Saúde elaborado pela antiga Secretaria de Vigilância Sanitária (atual Anvisa); 
  • Portaria CVS 5/2013: documento do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. 
  • RDC Anvisa 275 da Anvisa; 
  • Resolução-CISA/MA/MS nº10, de 31 de julho de 1984. 

SyOS: sistema online de monitoramento de temperatura de alimentos 

O sistema de monitoramento SyOS usa sensores sem fio e conectados à internet para controlar a temperatura de alimentos em tempo real 24h por dia. 

Veja como a SyOS gerencia temperatura de alimentos em indústrias, transportadoras e food service: 

Medição de temperatura sem processos manuais 

alarme temperatura dos alimentos

Nosso sensor inteligente é um dispositivo IoT (Internet das Coisas) totalmente automático que elimina a necessidade de medir a temperatura manualmente várias vezes ao dia. 

Com alto grau de precisão e baixo consumo de energia, o sensor inteligente SyOS é mais eficaz que os termômetros infravermelhos ou digitais porque não exige trabalho manual, liberando as equipes operacionais para outras atividades. 

Dados online em tempo real 

Nosso sensor inteligente se conecta à plataforma e ao app SyOS e permite acompanhar indicadores importantes para a gestão da qualidade dos alimentos de qualquer lugar. 

Dentre as funcionalidades estão o painel de indicadores sobre o rendimento dos ativos monitorados, o histórico de temperatura de cada equipamento, assim como alarmes ativos e o registro de tratativas dadas às ocorrências. 

Alarme de produto em risco com Inteligência Artificial 

A Inteligência Artificial da SyOS trabalha como uma assistente 24h para a prevenção de perdas identificando variações de temperatura que oferecem risco aos produtos monitorados. 

Conformidade e relatórios prontos em 1 minuto 

monitoramento de temperatura

Os relatórios SyOS podem ser emitidos em apenas 1 minuto e ajudam na prestação de contas para fiscalizações e parceiros. Os dados são mantidos na plataforma por até 5 anos com controle de acesso. 

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Sobre a SyOS 

Somos uma startup que tem o objetivo de revolucionar a cadeia do frio no Brasil, através de tecnologias de IoT e Inteligência Artificial aplicadas no monitoramento de produtos que precisam de uma temperatura ideal para manter sua qualidade, como alimentos, vacinas e medicamentos.    

Com isso, empresas que atuam com a gestão do frio têm acesso a dados, relatórios e alertas que ajudam a tomar decisões para otimizar suas operações, evitar a não conformidade e reduzir prejuízos. 

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