RDC 318: estudo de estabilidade de medicamentos e o impacto da temperatura 

A RDC 318 foi publicada em 2019 e se tornou o documento de referência para os estudos de estabilidade de medicamentos novos e de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA). 

A resolução traz orientações para o processo de análise da estabilidade nas indústrias. A partir disso, essas empresas conseguem definir o prazo de validade dos produtos e as condições ideais de armazenagem que devem ser implementadas em todas as etapas da logística farmacêutica — distribuição, transporte e armazenagem em serviços e pontos de venda. 

Mas o que é a estabilidade de um medicamento e por que é importante analisá-la? 

A estabilidade de um medicamento é a capacidade de manter suas propriedades físicas, químicas, microbiológicas, terapêuticas ou toxicológicas por um período determinado. 

Ou seja, um medicamento estável é aquele que continua seguro e eficaz durante todo o período de validade indicado pela fabricante em sua bula e embalagem. 

Se a estabilidade é afetada, a saúde de pacientes e consumidores fica em risco, e todos os serviços de saúde e do varejo farmacêutico ficam sujeitos a perdas e prejuízos. 

É importante destacar, entretanto, que a RDC 318 trata sobre a estabilidade de medicamentos e IFA, mas não se aplica aos produtos biológicos, cuja resolução correspondente é a RDC 412 de 2020. Além disso, há outros documentos, inclusive da Anvisa, que complementam o assunto. 

Para saber mais sobre a estabilidade de medicamentos e como fabricantes chegam à faixa de temperatura e umidade ideal, continue a leitura desse guia SyOS

RDC 318: por que a estabilidade dos medicamentos e vacinas precisa ser testada? 

rdc 318

O objetivo dos estudos de estabilidade é garantir que os medicamentos permaneçam eficazes desde a sua fabricação até o término do prazo de validade. Para isso, é necessário conhecer as condições ideais de armazenagem dos medicamentos. 

Essas informações também contribuem para a gestão da qualidade desses produtos, auxiliando indústrias e serviços de saúde a planejar suas operações e evitar a degradação antecipada dos produtos. 

[TABELA] Conheça os tipos de estabilidade de medicamentos e substâncias ativas  

A degradação causada por procedimentos inadequados está associada à redução da potência e da eficácia dos produtos. Além disso, ela também pode estimular o crescimento de microrganismos e gerar compostos tóxicos que tornam os medicamentos inseguros e prejudiciais à saúde. 

Veja na tabela abaixo 5 tipos de estabilidade de medicamento: 

Condições externas ou ambientais que causam perda de estabilidade nos medicamentos 

Veja abaixo as condições ambientais que mais impactam na estabilidade dos medicamentos ou insumos farmacêuticos ativos. 

1) Temperatura 

A temperatura é a condição ambiental mais importante para a qualidade dos medicamentos. Isso ocorre porque variações acima da faixa recomendada aceleram reações químicas e biológicas nos produtos, antecipando sua decomposição e, consequentemente, reduzindo o prazo de validade. 

2) Umidade 

A umidade é capaz de afetar alguns medicamentos a depender de sua forma farmacêutica, contribuindo para a proliferação de fungos e bactérias e para o desencadeamento de alterações químicas e físicas. 

Além disso, a umidade também pode modificar a consistência dos medicamentos, afetando odor, cor e sabor, além de acelerar seu tempo de desintegração. 

Esses e outros impactos da temperatura e da umidade são explicados no Informe Técnico de Assistência Farmacêutica nº12 (Maio/2020) da Prefeitura de Rio Preto. 

3) Luz 

A luz pode agir sobre os medicamentos ou substâncias ativas desencadeando degradações como redução e oxidação. Além disso, também tem impacto na velocidade de reação dos medicamentos. 

Condições próprias dos medicamentos que causam perda de estabilidade 

Além da temperatura, da umidade e da luz, outras condições afetam os medicamentos, como a hidrólise (pH ácido/básico) e reação de oxidação (que também é afetada por fatores extrínsecos como luz, temperatura e umidade). 

Outros detalhes do impacto da luz e de condições intrínsecas aos medicamentos podem ser consultados na pesquisa “Estudo de estabilidade de medicamentos”, publicada na Revista Acadêmica Oswaldo Cruz

O que é estudo de estabilidade de medicamentos: veja os diferentes tipos 

estudo de estabilidade de medicamentos

Um estudo de estabilidade permite testar e produzir evidências da variação de qualidade sofrida ao longo do tempo por um medicamento ou por um Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). 

Mas como o estudo chega aos resultados? 

Os resultados são obtidos a partir de análises da influência de fatores ambientais, como temperatura e umidade, e das características intrínsecas aos produtos, como suas propriedades físicas e químicas, a forma farmacêutica, o processo de fabricação e os materiais de embalagem. 

Com o resultado dos estudos, é possível estabelecer os cuidados de conservação dos produtos assim como seu prazo de validade e prazo de reteste. 

Entenda melhor essas processo vendo quais são os tipos de estudo de estabilidade segundo a RDC 318 a seguir: 

1) Estudo de estabilidade de medicamento ou IFA 

O estudo de estabilidade é um estudo projetado, ou seja, é um estudo cujo objetivo é fazer uma estimativa. Nesse caso, a estimativa é sobre o prazo de validade, o prazo de reteste e os cuidados de conservação do medicamento. 

Essa projeção se torna possível através da testagem do medicamento ou IFA e da produção de evidências sobre sua variação em função do tempo. 

Veja a seguir que tipos de informações o estudo de estabilidade traz segundo a RDC 318/2019: 

  • Cuidados de conservação: os cuidados de conservação se referem a todas as condições ambientais (como temperatura e umidade) recomendadas para o armazenamento do medicamento ou IFA. 
  • Prazo de validade: o prazo de validade indica por quanto tempo o medicamento ou IFA é estável desde que as condições de conservação e armazenagem sejam garantidas. 
  • Prazo de reteste: o prazo de reteste indica o tempo que deve transcorrer até uma nova realização de teste do material. 

2) Estudo de estabilidade de longa duração  

A RDC 318 também define o estudo de estabilidade de longa duração como um estudo projetado. 

A diferença, nesse caso, é que o estudo de longa duração verifica as características físicas, químicas e microbiológicas do medicamento sob as condições de armazenagem e o prazo de validade propostos. 

3) Estudo de estabilidade acelerado 

Esse estudo avalia possíveis alterações físicas, químicas e microbiológicas de medicamentos ou IFA sob condições forçadas de armazenamento. 

O estudo acelerado ajuda na definição do prazo de reteste do medicamento e também na avaliação do impacto que excursões fora dos cuidados de conservação adequados. 

Por exemplo: um estudo acelerado de um medicamento termolábil (faixa entre 2°C e 8°C) permite conhecer a impacto que variações de temperatura acima dos 8°C por um breve período têm sobre os medicamentos. 

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4) Estudo de estabilidade de acompanhamento 

Como o nome já sugere, o estudo de acompanhamento faz parte de um processo de monitoramento periódico dos produtos. 

Por isso, o estudo de acompanhamento permite confirmar os prazos de validade e de reteste, conforme descrito pela RDC 318. 

5) Outros tipos de estudo de estabilidade 

Há diversos tipos de estudo de estabilidade aplicados na análise de medicamentos e IFA, com o estudo de estabilidade em uso, o estudo de estabilidade reduzido e o estudo de fotoestabilidade. 

As definições e características de cada um estão descritas na RDC 318/2019 da Anvisa

Confira também uma lista do que um estudo de estabilidade de medicamentos deve comprovar: 

  • que o produto tem qualidade, eficácia e segurança; 
  • que alterações pós-registro não comprometem a qualidade, a eficácia e a segurança do produto; 
  • que prazo de validade e as condições apropriadas de armazenamento estabelecidos pelo estudo são adequados; 
  • que os resultados dos estudos de estabilidade são adequados. 

Entre outras comprovações que podem ser consultadas no Guia de Estudos de Estabilidade nº 28 da Anvisa (2019)

LEIA MAIS: 8 motivos para usar SyOS no monitoramento de temperatura de medicamentos e outros produtos perecíveis 

Normas e documentos importantes sobre estabilidade de medicamentos 

rdc 318 e estabilidade de medicamentos

Para garantir a qualidade dos medicamentos, a Anvisa publica uma série de normas que trazem Boas Práticas, critérios e procedimentos necessários para estabelecer o prazo de validade e as condições ideais de armazenamento dos produtos farmacêuticos. Veja as principais: 

1) RDC 318/2019 — Estabilidade de medicamentos e IFA 

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 318/2019 trata sobre os estudos de estabilidade de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA) e medicamentos prontos, exceto os biológicos. Este documento da Anvisa estabelece os critérios e condições para a realização dos estudos de estabilidade, visando garantir a qualidade dos medicamentos ao longo de sua vida útil. 

2) RDC 412/2020 — Estabilidade de produtos biológicos 

A RDC 412/2020 da Anvisa trata dos estudos de estabilidade de produtos biológicos, tanto para fins de registro quanto para alterações pós-registro. Este documento é essencial para garantir que os produtos biológicos mantenham sua eficácia e segurança durante todo o período de validade.   

3) Guia nº28/2019 de Estudos da Estabilidade 

O Guia nº 28/2019 da Anvisa fornece orientações detalhadas sobre a condução de estudos de estabilidade para medicamentos. Esse guia é um recurso valioso para as empresas farmacêuticas, ajudando a cumprir as exigências regulatórias e assegurar a qualidade. 

4) Pergunta & Respostas Anvisa – Estabilidade de produtos biológicos 

A Anvisa frequentemente disponibiliza uma seção de perguntas e respostas e há uma versão do documento que foca especificamente na estabilidade de produtos biológicos, oferecendo orientações detalhadas para o setor. 

É uma fonte importante para esclarecer dúvidas e garantir o cumprimento das normas estabelecidas pela RDC 412/2020. 

O documento também aborda as faixas de temperatura recomendadas para medicamentos termolábeis e para medicamento que podem ser armazenamento em temperatura ambiente. 

5) Perguntas & Respostas Anvisa – Orientações sobre cuidados de conservação de medicamentos 

Este documento de perguntas e respostas traz orientações sobre os cuidados de conservação de medicamentos

As orientações são úteis tanto para profissionais de saúde quanto para empresas e consumidores, fornecendo informações claras e objetivas sobre a melhor forma de armazenar medicamentos. 

6) Resolução RE 01/2005 (Revogada pela RDC 318/2019) 

Embora a Resolução RE 01/2005 tenha sido revogada pela RDC 318/2019 da Anvisa, ela foi um documento importante que orientou os estudos de estabilidade por muitos anos. 

7) RDC 430/2020 e RDC 653/2021 — Temperatura e umidade na armazenagem e distribuição de termolábeis 

As RDCs 430 e 653 também se relacionam com a estabilidade dos medicamentos porque são as resoluções vigentes que determinam as Boas Práticas de distribuição, armazenagem e transporte de medicamentos. 

Para saber mais detalhes sobre ambas as resoluções que exigem um rígido controle de temperatura e umidade de medicamentos termolábeis, baixe nosso e-book gratuito. 

SyOS: monitoramento de temperatura em tempo real para garantir a estabilidade de medicamentos 

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A SyOS é uma startup que desenvolve tecnologia de monitoramento de temperatura e umidade com sensores conectados à internet. 

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  • Alertas de produto em risco: saiba quando ocorreu uma excursão de temperatura ou umidade com um assistente automático trabalhando 24h. 
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Sobre a SyOS

Somos uma startup que tem o objetivo de revolucionar a cadeia do frio no Brasil, através de tecnologias de IoT e Inteligência Artificial aplicadas no monitoramento de produtos que precisam de uma temperatura ideal para manter sua qualidade, como alimentos, vacinas e medicamentos.    

Com isso, empresas que atuam com a gestão do frio têm acesso a dados, relatórios e alertas que ajudam a tomar decisões para otimizar suas operações, evitar a não conformidade e reduzir prejuízos. 

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