Impacto da RDC 430 na distribuição e no transporte de medicamentos
A RDC 430 já está em vigor junto com sua versão atualizada, a RDC 653.
As duas normas são as principais referências para empresas que atuam na distribuição e no transporte de medicamentos, e falhas no cumprimento delas podem resultar em autuações para essas empresas.
Além das multas, o manuseio incorreto pode gerar perdas financeiras e o descarte de medicamentos e vacinas que não atendem aos critérios de qualidade, prejudicando a relação comercial entre transportadoras e contratantes.
Neste guia SyOS, você vai conhecer as principais recomendações da RDC 430 e da RDC 653 para a distribuição de medicamentos — inclusive dos termolábeis. Boa leitura!
Recomendações para cada etapa de distribuição
Para que os medicamentos e vacinas sejam seguros para pacientes e consumidores, o processo de distribuição não pode falhar.
Confira a seguir algumas das recomendações da RDC 430 para empresas que atuam nessa rede de distribuição.
1. Transporte de medicamentos
Responsabilidades da empresa que contrata o serviço de transporte
A RDC 430 determina que a qualificação do serviço de transporte deve ser realizada pela empresa contratante antes da prestação do serviço, assegurando que o fornecedor atenda aos requisitos necessários para manter a qualidade dos medicamentos.
Além disso, em casos de acidentes durante o transporte, a empresa contratante também deve fornecer assistência técnica por meio de um Responsável Técnico.
Responsabilidades da transportadora de medicamentos
A RDC 430 traz uma lista detalhada de exigências para as transportadoras. Confira abaixo uma seleção das que tratam sobre controle de temperatura e outros aspectos importantes:
- Manifesto de carga: a transportadora deve elaborar o documento contendo sempre a previsão de desembarque.
- Qualificação térmica do transporte: a transportadora deve garantir que o transporte dos medicamentos seja feito em ambientes adequados e qualificados termicamente, assegurando que os medicamentos sejam protegidos e mantidos sob condições corretas durante toda a jornada prevista.
- Organização da carga: a disposição da carga deve ser feita conforme as orientações do fabricante, levando em consideração os estudos de qualificação da cadeia de frio.
- Controle de temperatura (ativo ou passivo): a transportadora deve utilizar sistemas ativos ou passivos de controle de temperatura para garantir as condições adequadas. Além disso, é necessário evitar a exposição direta dos medicamentos aos agentes refrigerantes utilizados para manter a temperatura.
- Monitoramento de temperatura e umidade: deve ser executado usando instrumentos calibrados e com o devido registro da temperatura dos medicamentos durante toda a rota de transporte. O monitoramento não se aplica ao transporte com duração inferior a 8 horas ou realizado com auxílio de embalagens térmicas qualificadas e adequadas para a situação.
- Fornecimento de dados: é responsabilidade da transportadora fornecer todos os dados sobre as condições de conservação durante o transporte.
2. Recebimento e expedição dos medicamentos
Expedição e recebimento são etapas críticas da distribuição, já que, nesses momentos, os medicamentos ficam sujeitos a variáveis menos controláveis do ambiente e da operação.
Veja quais são as recomendações da RDC 430:
- Exposição à temperatura ambiente: a Anvisa recomenda a adoção de áreas de recebimento e expedição refrigeradas para minimizar a exposição dos produtos à temperatura ambiente. Além disso, essas áreas devem ser separadas para minimizar o risco de contaminação cruzada.
- Registro de informações: a empresa responsável pelo recebimento deve manter o registro das condições de transporte e armazenagem, como temperatura, umidade e exposição à luz. Além disso, o registro deve contar com dados sobre números de lote, data de validade, quantidades recebidas e notas fiscais relacionadas.
- Integridade da carga: além dos cuidados com a temperatura e a checagem de informações, é necessário checar a integridade geral da carga, que pode ser afetada por outros fatores inerentes ao transporte, como atrasos, acidentes e violações da carga.
- Devolução: medicamentos e cargas que não atendam aos requerimentos devem ser devolvidos no momento do recebimento ou armazenados até a definição de seu destino final. Todos os registros (inclusive de devoluções) devem ser mantidos eletronicamente com detalhes sobre o transportador, descrição dos produtos e notas fiscais.
3. Armazenagem dos medicamentos
Após o recebimento, os medicamentos devem ser armazenados de acordo com as recomendações dos fabricantes.
O ambiente de armazenagem deve ser qualificado termicamente — exigência que tem impacto principalmente na qualidade dos produtos termolábeis. Além disso, é fundamental manter o monitoramento e o registro da temperatura desses produtos.
Veja outras recomendações para a armazenagem:
- elaborar POPs adequados para o controle e o registro de temperatura;
- utilizar instrumentos calibrados para a aferição de temperatura;
- garantir que os equipamentos de refrigeração tenham fontes alternativas de energia;
- elaborar planos de contingência com medidas emergenciais de resfriamento, como o uso de nitrogênio líquido ou gelo seco.
Qual é a temperatura correta para medicamentos e vacinas segundo a Anvisa?
A Anvisa define diferentes faixas de temperatura na 6ª edição da farmacopeia. Cada uma é adequada para um tipo de produto a depender de suas características. Veja abaixo alguns exemplos:
A. Faixa de temperatura de termolábeis
Os termolábeis devem ser armazenados na faixa entre 2ºC e 8ºC, definida pela farmacopeia da Anvisa como “temperatura de refrigerador”.
Exemplos de termolábeis:
- Insulina;
- Semaglutida (Ozempic e Wegovy);
- Vacinas;
- Medicamentos biológicos, em geral.
B. Faixa de congelamento
Alguns medicamentos também podem ser congelados, como ocorre com as vacinas. A Anvisa define que a faixa de congelamento inicia em -20°C e inclui qualquer temperatura inferior a essa.
Exemplos de vacinas que podem ser congeladas:
- Vacina de febre amarela;
- Vacina tríplice viral (SCR);
- Vacina de poliomielite oral (VOP).
C. Faixa de temperatura de medicamentos termoestáveis
Os termoestáveis são medicamentos que podem ser armazenados em temperatura ambiente.
Segundo a Anvisa, a faixa de temperatura ambiente varia entre 15°C e 30°C. Acima disso, começa a chamada faixa de temperatura quente. Por isso, para evitar temperaturas acima dos 30°C na armazenagem, o ambiente deve ser ao menos climatizado.
Exemplos de termoestáveis:
- Medicamentos sintéticos — especialmente aqueles em forma farmacológica sólida (comprimidos) — geralmente são termoestáveis.
Outros requisitos para distribuidora e transportadora de medicamentos
Todas as partes envolvidas no transporte e armazenamento de medicamentos devem garantir a qualidade dos produtos adotando procedimentos essenciais. Veja alguns exemplos a seguir:
- Treinamentos: é fundamental qualificar e treinar os funcionários envolvidos em cada etapa do processo, desde o recebimento até a entrega final. Isso inclui treinamentos periódicos sobre controle de temperatura, manuseio adequado dos medicamentos, assim como procedimentos de contingência para situações de risco.
- Autoinspeções: as auditorias internas ajudam a garantir que os processos estejam em conformidade com as normas da Anvisa e preparam a empresa para o recebimento da fiscalização. O gerenciamento de riscos também deve ser uma prioridade, com a identificação e mitigação de potenciais pontos de falha ao longo da cadeia de distribuição.
- Documentação: a Anvisa exige que todos os processos de transporte e armazenamento sejam documentados. A documentação deve estar sempre disponível para parceiros comerciais, contratantes e órgãos de fiscalização, garantindo a rastreabilidade de informações. Além disso, é necessário que a documentação inclua planos de ação para correções de desvios, relatórios de manutenção preventiva dos equipamentos e registros de treinamentos.
- Validação de sistema: a RDC 430 também exige a validação dos sistemas utilizados no armazenamento e transporte de medicamentos — isso também inclui os sistemas de monitoramento de temperatura. A validação assegura que os dados registrados são confiáveis e que os processos seguem os parâmetros estabelecidos, evitando riscos para a qualidade dos medicamentos.
Sistema validável SyOS: monitore temperatura e umidade online
A conformidade com as RDCs 430 e 653 garante não apenas a segurança dos pacientes que recebem os medicamentos, mas também o bom funcionamento e a credibilidade das empresas que atuam na distribuição, no transporte ou na armazenagem.
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- Conformidade com a Anvisa: siga as Boas Práticas da RDC 430, RDC 653 e RDC 658.
- Sistema validável: atende aos requisitos do Guia de Validação de Sistemas da Anvisa.
- Conformidade com a FDA: atende aos critérios do 21 CFR Part 11 da U.S. Food and Drug Administration (EUA).
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Sobre a SyOS
Somos uma startup que tem o objetivo de revolucionar a cadeia do frio no Brasil, através de tecnologias de IoT e Inteligência Artificial aplicadas no monitoramento de produtos que precisam de uma temperatura ideal para manter sua qualidade, como alimentos, vacinas e medicamentos.
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