RDC 504 e o controle de temperatura no transporte de material biológico

Aprovada em 2021, a RDC 504 trouxe mais clareza aos padrões sanitários do transporte de amostras biológicas, revogando a RDC 20 de 2014. 

Para laboratórios, hospitais e empresas de logística, cumprir essa norma é indispensável, já que estes serviços lidam com fluidos, tecidos, órgãos e outros materiais coletados do corpo humano para investigação clínica. 

Vale destacar que a RDC 504 não se limita às transportadoras: ela também se aplica a empresas que enviam, recebem ou mesmo importam e exportam esses materiais. 

Se você atua em alguma dessas áreas, confira este guia da SyOS sobre a RDC 504 da Anvisa e entenda melhor as exigências e boas práticas necessárias. Boa leitura! 

Quais serviços precisam seguir a RDC 504? 

rdc 504

Todos os estabelecimentos que lidam com material biológico humano devem ser legalmente licenciados pelos órgãos de vigilância sanitária — mesmo os que são somente responsáveis pelo envio ou recebimento dos materiais biológicos. 

A RDC 504 divide esses serviços em três categorias: 

  • remetentes: estabelecimentos que preparam e enviam os materiais biológicos, como laboratórios, hospitais, clínicas, farmácias etc.; 
  • transportadores: empresas especializadas e regularizadas que retiram o material no ponto A e o entregam no ponto B. As transportadoras também podem ser terceirizadas, desde que sejam regularizadas; 
  • destinatários: estabelecimentos e empresas que recebem o material (outros laboratórios, hospitais ou centros de pesquisa). 
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Como os processos devem ser organizados 

Os serviços devem planejar todas as etapas de separação, transporte e recebimento dos materiais biológicos. 

Esse planejamento fica a cargo do supervisor técnico, que deve desempenhar atividades como:  

  • criar instruções escritas e mantê-las atualizadas, registrando cada etapa seguida para embalar, enviar, receber e armazenar as amostras; 
  • compartilhar as instruções com toda a equipe e fazer pelo menos uma revisão anual para garantir que estejam sempre corretas; 
  • capacitar as pessoas envolvidas no transporte de material biológico, de modo que cada uma entenda suas responsabilidades e saiba como lidar com diferentes tipos de amostras; 
  • fazer o controle de não conformidades, isto é, identificar e investigar o que fugiu ao planejado e tomar as devidas providências para corrigir e evitar problemas futuros; 
  • manter registros que serão solicitados no futuro pela vigilância sanitária, clientes e parceiros. 

Além dessas recomendações, há exigências mais específicas para cada etapa de distribuição. Veja a seguir! 

CONHEÇA: 

Exigências para as empresas que enviam material biológico (remetente) 

As empresas e serviços remetentes podem ser laboratórios, hospitais, clínicas ou farmácias que coletam e enviam o material biológico humano para análise. 

Elas têm um papel fundamental, pois tudo começa ali, no momento do acondicionamento das amostras. 

Veja o que a RDC 504 exige do remetente: 

a. Fornecimento de informações à transportadora 

Quem envia o material biológico humano precisa fornecer à transportadora informações técnicas que facilitem o manuseio seguro e a ação rápida em caso de emergências. Isso inclui: 

  • descrição dos riscos biológicos envolvidos; 
  • procedimentos de emergência em caso de acidentes ou extravasamento; 
  • cuidados específicos (por exemplo, se o material precisa ficar congelado, refrigerado ou em temperatura ambiente). 

b. Fornecimento de informações ao destinatário 

O serviço remetente também deve manter o destinatário informado. Alguns dados que precisam ser fornecidos são: 

  • data e horário previstos de chegada; 
  • qualquer instrução especial de manuseio; 
  • informações específicas sobre o transporte, como tempo estimado e eventuais cuidados no desembarque. 

Tudo precisa estar formalizado em um documento que deixe claro quem é responsável por cada etapa e possibilite uma conferência fácil assim que o material for entregue. 

c. Orientações para o acondicionamento adequado 

Para garantir que o material seja transportado com integridade, é necessário realizar a validação da solução de acondicionamento. Caso o controle de temperatura seja necessário, ele também deverá ser considerado durante a validação. 

Além disso, o supervisor técnico deve realizar a revalidação do acondicionamento caso ocorram mudanças significativas nos processos. 

LEIA MAIS 

Entenda as classificações de risco e a escolha de embalagens adequadas 

A RDC 504 (em sincronia com normas internacionais) divide o material biológico em categorias diferentes, cada qual com exigências de embalagem e transporte específicas. 

Categoria A 
  • risco elevado: essa categoria inclui material biológico infeccioso que pode causar incapacidade permanente ou enfermidade mortal; 
  • código ONU de identificação: UN 2814 (para risco a humanos) e UN 2900 (para risco a animais); 
  • embalagem: deve seguir a instrução PI 620. 
Categoria B 
  • risco moderado: essa categoria inclui materiais biológicos com suspeita ou certeza de presença de agentes infecciosos que causam doenças em humanos; 
  • código ONU de identificação: UN 3373; 
  • embalagem: deve seguir a instrução PI 650. 
Categoria de espécime humano de risco mínimo 
  • risco baixo: essa categoria inclui materiais biológicos coletados devido à história clínica, sintomas ou características do indivíduo; ou então por questões endêmicas locais; 
  • exigências básicas para embalagem
  • embalagem primária vedada e impermeável (para amostras líquidas) ou resistente (para sólidas/semi-sólidas); 
  • embalagem secundária à prova de vazamentos; 
  • embalagem terciária rígida, resistente e fácil de desinfetar ou lavar; 
  • uso de material absorvente para conter possíveis vazamentos. 

SAIBA MAIS: 

Exigências para as transportadoras de material biológico 

O serviço de logística e entrega deve garantir a infraestrutura necessária para o transporte considerando o tipo de material biológico e sua classificação de risco. 

Veja as recomendações da RDC 504: 

a. Recebimento da carga 

Ao receber o material biológico, a transportadora deve: 

  • verificar as condições da embalagem e da documentação; 
  • entrar em contato com o remetente em caso de não conformidade, para que providências sejam tomadas em tempo hábil. 

b. Rastreabilidade do transporte 

Durante o transporte de material biológico humano, a transportadora precisa portar um documento que permita a rastreabilidade da carga, garantindo que se conheça exatamente qual material está sendo transportado, além do respectivo remetente e destinatário. 

Além disso, o controle de temperatura deve ser mantido, com o devido registro das informações. 

CONHEÇA: 

Exigências para as empresas que recebem material biológico (destinatário) 

Os serviços destinatários são, geralmente, laboratórios, hospitais ou clínicas. 

Nesta etapa, a RDC 504 exige o registro do nome do profissional que recebeu a carga e também dá instruções sobre a checagem e a abertura das embalagens. 

a. Condições de recebimento da carga 

As condições da embalagem devem ser conferidas e anotadas, inclusive a temperatura (quando o material exigir esse tipo de controle). 

Além disso, qualquer não conformidade deve ser comunicada ao remetente imediatamente. 

b. Abertura de embalagens 

A abertura deve ocorrer em local apropriado, condizente com a classificação de risco do material. Também é fundamental preservar a integridade das amostras e mantê-las viáveis para análise. 

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