Curva ABC: o que é, como funciona e exemplos práticos
A curva ABC é uma metodologia que ajuda a identificar quão importante, popular ou valioso um produto é para uma empresa. Essa estratégia ajuda no direcionamento dos investimentos de aquisição para os itens que têm mais influência na composição da receita do negócio.
Normalmente, é utilizada para direcionar a tomada de decisões e definição de prioridades em processos de estocagem e logística, mas também pode ser aplicada em outros setores. De modo geral, seu objetivo é aprimorar o controle de estoque, cortar custos e ajudar na priorização de estratégias de vendas.
Neste artigo da SyOS, você poderá entender mais sobre a Curva ABC, sua relação com o princípio de Pareto, seus benefícios, como calcular e como usar a tecnologia para tornar a ferramenta ainda mais eficiente. Confira!
O que é curva ABC?
A curva ABC é uma estratégia de priorização com base na categorização de produtos de acordo com seu valor para o negócio. Sua função é auxiliar as empresas a identificarem os produtos mais importantes em relação à demanda dos consumidores.
Normalmente é utilizada na gestão de estoques, já que ajuda a economizar tempo e reduzir os custos de armazenagem. Isso porque direciona o foco do time e os principais recursos para itens que têm mais valor agregado ao negócio.
Ou seja, a estratégia ajuda a reduzir o estoque que fica parado e torná-lo estratégico no sentido de aumentar as vendas. Para isso, o método classifica os itens do estoque conforme demanda, risco, custo e outros critérios, e os agrupa nas classes A, B ou C.
O que é o Princípio de Pareto e como se relaciona com a Curva ABC?
O princípio de Pareto também é conhecido como Lei 80/20 e determina que 80% do volume de vendas ocorre a partir de 20% dos itens em estoque. Essa regra compõe as categorias da curva ABC e ajuda na identificação dos itens que geram real impacto no faturamento da empresa.
Dessa maneira, ajuda os gestores a alocar os recursos de maneira mais eficiente e a otimizar o estoque, armazenamento e produção da empresa.
Como a curva ABC funciona na prática?
O princípio que guia a curva ABC é o de que nem todos os itens que compõem o estoque de uma empresa têm o mesmo valor:
- Alguns são mais caros para a empresa adquirir;
- Outros são mais baratos;
- Alguns, a empresa vende com mais frequência;
- Outros, vendem esporadicamente, mas têm um valor mais elevado.
Dessa forma, a curva ABC ajuda a direcionar os investimentos para adquirir os itens que são mais importantes para compor a receita. Ou seja, priorizar os itens essenciais para manter o fluxo de caixa positivo e entender o que tem custo mais elevado e demora para girar o estoque.
Com essas informações, é possível gerir o estoque com mais eficiência e fazer um planejamento financeiro mais robusto, reduzindo as possibilidades de estoque encalhado e prejuízos para o negócio.
O que cada letra da Curva ABC significa?
Você já viu que os itens do estoque são classificados de acordo com as curvas A, B e C, mas vamos entender o que cada uma significa?
Curva A – Os produtos mais importantes
Seguindo o princípio de Pareto, 20% dos produtos correspondem a 80% das vendas totais. Ou seja, poucos itens são responsáveis pela maior parte da receita.
É fundamental identificar quais são esses produtos para realizar cálculos de projeções de venda, margens de lucro e negociar com fabricantes e fornecedores. Além disso, é necessário priorizar esses produtos na gestão de estoque. Isso porque eles são os que têm mais valor para o negócio, com o maior percentual de vendas.
Curva B – Produtos intermediários
São aqueles itens que, apesar de contribuírem para a receita, não representam a sustentação do caixa empresarial. Assim, é possível flexibilizar sua aquisição, liberando espaço no estoque e adquirindo-os conforme o aumento da demanda.
Curva C – Produtos menos importantes
Por fim, estes são os produtos menos interessantes de trabalhar, podendo até ser dispensados. Isso porque podem representar pouca participação e penetração no mercado, além de baixo potencial de crescimento.
Benefícios de usar a curva ABC
Um dos principais benefícios da ferramenta é proporcionar um controle mais efetivo sobre o estoque e as operações da empresa. Isso porque possibilita a identificação de quais produtos têm mais impacto financeiro para o negócio.
Dessa maneira, o método também ajuda na tomada de decisões estratégicas e com base em dados, e na otimização dos processos de compra, armazenagem e venda. Conheça outros benefícios práticos dessa metodologia:
Mais lucros
O acompanhamento dos dados de aquisição e vendas dos produtos ajuda a gestão a ter mais noção sobre as demandas dos clientes. Com isso, é possível ser mais preciso nas vendas e otimizar os níveis de estoque e as margens de lucro do negócio.
Com a redução de gastos, é possível garantir a consistência e a sustentabilidade da operação. Além disso, a análise ajuda a acompanhar as variações de demanda dos produtos ou serviços mais vendidos.
Investimentos mais estratégicos
A curva ABC permite uma análise mais profunda e precisa sobre os investimentos que a empresa realiza. Ou seja, o método traz visibilidade sobre o que a empresa compra, o que ela efetivamente vende e se consegue recuperar o valor investido.
Mais margem de negociação com fornecedores
Ao identificar quais produtos são responsáveis por trazer mais receita, a gestão ganha argumentos para negociar condições mais vantajosas na aquisição desses itens. Mesmo que não seja possível reduzir os custos, há a possibilidade de isenção de frete, redução de juros ou condições de pagamento mais atrativas.
Menos desperdícios
A curva ABC ajuda a tornar o supply chain mais eficiente e direcionar os investimentos para o que realmente é necessário. O resultado é a redução de custos com aquisição de insumos e produtos, e com estoques adicionais.
Categorizar os produtos com base em demanda, importância e lucro ajuda a ter uma visão mais estratégica do negócio. Assim, é possível evitar superlotação de estoques e até perda de produtos mais sensíveis ou com prazo de validade mais curto.
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Exemplos: curva ABC na gestão de estoque do varejo
Aplicando a Curva ABC em estoques de supermercados
Aplicar a curva ABC no supermercado é útil para garantir mais lucro e menos rupturas de estoque.
Veja a seguir um exemplo de como aplicar a metodologia a um supermercado médio com faturamento anual próximo de R$ 40 milhões.
Análise da Curva ABC dos últimos 12 meses no supermercado:
- Classe A: açougues (carnes nobres), hortifrúti selecionado, produtos que precisam de controle de temperatura, cervejas premium, refrigerantes, leite longa vida, óleo de soja, açúcar refinado, fraldas descartáveis, etc representam cerca 18% do total de SKUs, mas 79% do faturamento.
- Classe B: massas, molhos, enlatados, produtos de limpeza básicos, biscoitos, etc.
- Classe C: temperos importados, azeites especiais, chocolates finos, produtos diet/light de baixa saída, itens sazonais fora de época, etc.
Ações práticas tomadas pelo supermercado com base na Curva ABC:
- Itens Classe A: estoque de segurança maior, reposição diária ou até duas vezes ao dia, negociação agressiva de prazos e descontos com fornecedores, monitoramento em tempo real de ruptura.
- Itens Classe B: política intermediária de estoque (ex.: cobertura de 15-20 dias), reposição semanal.
- Itens Classe C: redução drástica do estoque (cobertura de 45-60 dias ou até compra sob demanda), ocupação mínima de área no depósito, avaliação constante para descontinuidade ou promoção de giro.
Resultado após implantação da Curva ABC no supermercado:
- Redução no valor total imobilizado em estoque
- Queda nas rupturas dos itens Classe A (os que mais geram lucro)
- Aumento na margem bruta por melhor negociação com fornecedores dos itens A
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Aplicando a Curva ABC em estoque de farmácias e drogarias
Farmácias e drogarias trabalham com um número elevado de SKUs, fazendo com que os itens de alto valor e baixa rotatividade disputem espaço com itens que têm baixo valor e alta rotatividade.
Em um segmento como este, a ruptura de um medicamento crítico — como termolábeis e biológicos — pode resultar na perda de cliente para sempre, por isso a curva ABC pode ajudar a evitar esse tipo de ruptura.
Veja a seguir um exemplo de como aplicar a metodologia em uma drogaria com faturamento anual próximo de R$ 30 milhões.
Análise da Curva ABC dos últimos 12 meses na farmácia:
- Classe A: 9% dos itens que geram 80% do faturamento. Exemplos típicos:
- Medicamentos termolábeis e imunobiológicos
- Medicamentos controlados (tarja preta e antibióticos)
- Insulinas e tiras reagentes
- Dermocosméticos de alto valor
- Classe B: 20% dos itens que geram 15% do faturamento. Exemplos:
- Shampoos anticaspa, vitaminas, analgésicos de marca, antialérgicos, pomadas comuns, termômetros, seringas etc.
- Classe C: 71% dos itens que geram apenas 5% do faturamento. Exemplos:
- Medicamentos de uso esporádico, fitoterápicos, homeopáticos, acessórios, produtos sazonais.
Ações práticas tomadas pela farmácia com base na Curva ABC:
- Itens Classe A: estoque de segurança alto (15 a 30 dias), reposição diária ou em 24 horas, negociação de bonificação e prazo esticado com laboratórios chave, monitoramento via sistema com alertas para compradores cadastrados.
- Itens Classe B: cobertura de 25 a 35 dias com reposição semanal.
- Itens Classe C: estoque mínimo (45 a 90 dias) ou compra sob demanda.
Resultado após implantação da Curva ABC na drogaria:
- Redução no valor total imobilizado em estoque
- Queda nas rupturas dos itens Classe A
- Aumento na margem bruta
- Redução no número de itens vencidos ou próximos do vencimento
- Possibilidade de realocar espaço físico da loja para categorias de alta margem
Além do estoque: outras áreas que podem usar a curva ABC
A principal aplicação da curva ABC é a otimização da gestão de estoque. Apesar disso, é possível utilizá-la para aprimorar outros processos empresariais. Confira os principais:
Planejamento de compras
Compreender as demandas dos consumidores é o primeiro passo para otimizar o processo de planejamento de compras. Assim, é possível priorizar itens, contar com argumentos para a negociação com fornecedores e obter vantagem competitiva.
Por exemplo, os itens da categoria A são produtos indispensáveis, que a empresa não pode deixar de ter em estoque. Dessa forma, eles devem ser prioridade no planejamento de compras para garantir que nunca faltem.
Planejamento de vendas
Compreender o que é realmente importante para o negócio ajuda a estruturar o planejamento de vendas de maneira estratégica. Assim, é possível se dedicar aos produtos ou serviços que realmente trazem resultados financeiros.
Essas informações também ajudam no estreitamento do relacionamento com clientes e na definição estratégica de promoções e outras ações para atrair os clientes. Dessa forma, a empresa consegue ampliar seu lifetime-value (LTV – lucro que um cliente gera para o negócio enquanto continua comprando com você).
Planejamento logístico
A curva ABC ajuda na categorização e priorização dos produtos envolvidos na logística. Assim, os produtos classe A requerem mais cuidados, o armazenamento deve ocorrer em áreas dedicadas, a entrega deve ser mais cuidadosa, etc.
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Manutenção
Por fim, na manutenção, a curva ABC ajuda a definir a prioridade dos equipamentos no momento de definir a frequência das inspeções. Classificar os ativos de acordo com o grau de importância ajuda a definir o tipo de manutenção e a frequência ideais para cada um.
Estabelecer a prioridade dos ativos ajuda a compreender quais são os equipamentos cruciais, que não podem parar. Esses devem constar sempre no mapa de manutenções preventivas para evitar interrupções não planejadas e falhas prejudiciais.
Além disso, a ferramenta indica a relação entre o custo de manutenção e a criticidade do equipamento. Dessa forma, é possível visualizar situações em que é mais vantajoso realizar manutenções corretivas.
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Como calcular a curva ABC passo a passo?
Até aqui, falamos sobre a parte teórica e os benefícios da curva ABC. Agora, vamos à prática: como fazer o cálculo para representá-la graficamente. Confira o passo a passo abaixo:
Passo 1. Mapeie os itens comercializados
Em primeiro lugar, faça um mapeamento de todos os produtos disponíveis para venda e em estoque. Anote o nome, código do fornecedor, custo por unidade, quantidade em estoque e uma breve descrição com informações importantes de cada item.
Passo 2. Categorize-os em ordem decrescente
Para aplicar a curva ABC, é preciso categorizar os itens em ordem decrescente, de acordo com sua prioridade, como falamos acima. Assim, os classe A são os com maior ticket, mas que ocupam pouco espaço no estoque, e assim sucessivamente.
A classificação deve ser coerente com:
- O tipo de negócio;
- Os objetivos da empresa;
- O tipo de estoque que você mantém;
- A forma de administração do negócio.
É muito importante considerar dados reais como vendas totais, margem bruta, e custos de manutenção e compra para determinar o valor do item, e classificá-lo.
Passo 3. Calcule os valores acumulados
Este é o momento de organizar os produtos para entender seu valor total e o valor acumulado no estoque. Para isso, considere a quantidade de itens e qual é o custo de cada um. Para chegar ao valor acumulado, é só somar todos os resultados.
Passo 4. Defina porcentagens com base no valor acumulado
Agora, elenque as categorias de acordo com a porcentagem de cada produto em relação ao total. Para chegar ao valor, você pode contar com o suporte de sistemas de gestão automáticos, regras de 3 ou inteligência artificial.
Passo 5. Classifique os itens de acordo com as curvas
Por fim, agrupe os itens de acordo com as categorias da curva ABC. Os itens com maior valor e menor porcentagem dos itens em estoque compõem a classe A, e assim por diante. Pronto, você já tem a curva ABC em mãos.
A importância da tecnologia na criação e acompanhamento dessa metodologia
Muito mais do que simplificar o cálculo das porcentagens da curva ABC, a tecnologia pode auxiliar na gestão de estoque e no controle de aspectos críticos, como a temperatura de armazenagem.
Dessa forma, você pode ter informações confiáveis sobre entradas e saídas, compras e vendas, condições ambientais e outros aspectos importantes. Por isso, é fundamental buscar soluções que atendam às reais necessidades da sua operação.
Por exemplo, se você lida com itens sensíveis às variações de temperatura, é importante contar com sensores de monitoramento inteligentes, como os da SyOS. Eles ajudam a garantir a qualidade e a segurança no armazenamento desses itens, evitando desperdícios.
Além disso, contribuem com indicadores que apontam o desempenho dos equipamentos, contribuindo para uma manutenção ainda mais eficiente. Conheça e descubra como simplificar sua operação:
Com soluções como essas, você pode incrementar as chances de implementar uma estratégia operacional que ajude seu negócio a atingir seus objetivos mais ousados.
5 pontos essenciais sobre a Curva ABC
A curva ABC é uma estratégia muito utilizada para otimizar a gestão de estoques. Além disso:
- Tem como base a classificação dos itens de acordo com sua importância para o negócio
Isso ajuda a evitar desperdícios, bem como ter um estoque abarrotado e pouco eficiente; - A importância é definida com base em demanda, importância e lucro
Aspectos muito importantes para a sustentabilidade e inteligência operacional nos negócios; - Com a técnica, é possível priorizar estoques e outras demandas
Com base no princípio de Pareto, a dedicação dos esforços se torna estratégica: 80% aos itens mais importantes e 20% aos menos importantes, que podem até ser descartados; - Além da gestão de estoque, é possível aplicar a técnica a outras áreas
Como planejamento de compras, vendas, logística e manutenção de equipamentos; - A tecnologia é essencial para uma operação inteligente, otimizada e estratégica
Além de ferramentas como a curva ABC, é possível contar com soluções como o monitoramento de temperatura inteligente da SyOS para garantir a eficiência e a qualidade dos produtos.
Conheça a SyOS e descubra como contar com informações confiáveis sobre as condições de armazenagem dos produtos sensíveis às variações de temperatura e de operação dos equipamentos:
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Sobre a SyOS
Somos uma startup que tem o objetivo de revolucionar a cadeia do frio no Brasil, através de tecnologias de IoT e Inteligência Artificial aplicadas no monitoramento de produtos que precisam de uma temperatura ideal para manter sua qualidade, como alimentos, vacinas e medicamentos.
Com isso, empresas que atuam com a gestão do frio têm acesso a dados, relatórios e alertas que ajudam a tomar decisões para otimizar suas operações, evitar a não conformidade e reduzir prejuízos.
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